A residência pedagógica e o pragmatismo na formação docente

Carolina Caporal Dantas Costa, Suzane da Rocha Vieira Gonçalves

Resumen


Este estudo objetiva discutir a proposta do Programa de Residência Pedagógica (PRP), relacionado à Política Nacional de Formação de Professores, apresentada pelo MEC em 18 de outubro de 2017. A proposta de Residência Pedagógica foi apresentada no governo de Michel Temer no ano de 2017, teve seu rumo incerto após uma breve descontinuidade em 2019 e foi retomada com o lançamento de um novo edital no ano de 2020. Destacamos que o atual contexto político e educacional do Brasil demanda discussões aprofundadas que busquem problematizar as concepções presentes nos projetos de formação docente em disputa. Intentamos no desenvolvimento desta pesquisa, analisar a proposta do Programa de Residência Pedagógica, bem como seus possíveis efeitos para a formação de professores no Brasil. O estudo se organiza em 4 seções, buscando uma retomada histórica da constituição da formação docente no país para a investigação acerca das concepções de formação docente presentes no PRP. A presente investigação está fundamentada na perspectiva metodológica da pesquisa qualitativa, a partir da análise documental e da análise de conteúdo. Com este estudo, foi possível perceber que o PRP vem ao encontro de premissas tecnicistas do fazer docente e demonstra em sua essência uma visão pragmática da formação de professores, entretanto, a autonomia universitária permitiu algumas iniciativas contra hegemônicas para a organização do projeto.

PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores; residência pedagógica; políticas educacionais.

Doi: 10.21703/rexe.20201941caporal17


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